SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Como estudamos em lições anteriores, Jesus é Sumo
Sacerdote Rei, alinhado a ordem de Melquisedeque. Na aula de hoje, destacaremos
o exercício do Seu sacerdócio, reforçando que se trata de outra ordem, firmada
em uma aliança superior. A princípio, discutiremos a respeito da atuação desse
Sumo Sacerdote no Santuário Celestial. Em seguida, demarcaremos que Ele é de um
Nova Aliança. E ao final, que essa Aliança é superior, e mais, tornou a Aliança
Antiga obsoleta.
1. O SUMO SACERDOTE NO SANTUÁRIO
A Epístola aos Hebreus é iniciada com a declaração
de que “Deus falou” (Hb. 1.1,2). No capítulo 8, nos deparamos com outra
afirmação emblemática: “temos um Sumo Sacerdote” (8.1). Na conjuntura da
religiosidade judaica, o sacerdócio ocupava lugar de destaque, pois através
desse seria possível cumprir os rituais da lei mosaica. Os cristãos, porém,
dispõem de um Sacerdote diferente “que está assentado nos céus à destra do
trono da Majestade” (Hb. 8.1). O fato dEle está “assentado nos céus” contrasta
com a posição dos sacerdotes terrenas. No antigo tabernáculo, antes da
edificação do templo de Salomão, o sacerdócio era exercido na esfera terrestre,
e pelo que apreendemos da declaração do autor, não passava de uma sombra do
santuário celestial, sendo esse o “verdadeiro tabernáculo” (8.2). Aquele
santuário terreno, mesmo sendo construído por homens piedosos, e sob a direção
do Espírito Santo, ainda assim era limitado. O próprio templo, com sua
edificação suntuosa, símbolo da habitação de Deus, não era capaz de
apreendê-LO, pois o céu dos céus não é capaz de contê-LO, muito menos o santo
dos santos (I Rs. 8.27). Jesus, como o Sumo Sacerdote, que se encontra no
Tabernáculo Celestial, tem alcance superior em Seu exercício, ao ser comparado
com os sacerdotes terrenais, da ordem levítica. Nos tempos em que a Epístola
foi escrita, o templo ainda estava erguido em Jerusalém, é possível que o
sacrifício com animais ainda fosse feito diariamente.
2. SACERDOTE
DE UMA NOVA ALIANÇA
Os sacerdotes da Aliança Antiga atuavam à sombra de
uma realidade superior, que haveria de se manifestar no futuro, e que se
materializou em Cristo (Hb. 84,5). Eles estavam, como atesta o próprio escritor
da Epístola a “sombra das coisas celestiais”. É provável que Moisés tenha visto
o santuário eterno, do qual Cristo é Sumo Sacerdote, pois o da terra apontava
para outro, tendo sido Moisés avisado: “olha, faze tudo conforme modelo que, no
monte, se te mostrou” (Hb. 8.5). A revelação do santuário terreno veio do céu,
uma imitação de outro que se encontrava no céu, sendo Jesus a manifestação
terrena desse santuário celestial. A esse respeito é importante ressaltar que
quando o Verbo se fez carne, Deus tabernaculou-se entre os homens (Jo. 1.14).
Ele não era apenas um reflexo da gloria divina celestial, antes o próprio
Deus-Incarnado, a expressa imagem do Deus Invisível. Por isso Seu sacerdócio,
em comparação com o terreno, é “tanto mais excelente” (Hb. 8.6). Ele inaugurou
uma Nova Aliança, e isso é significativo no contexto da judaico. Reis e
sacerdotes, e também os profetas, eram regidos por uma aliança, estabelecida
por Deus e confirmada pelos hebreus. Mas de vez em quando o povo rompia com os
termos dessa aliança, e por causa disso arcava com as consequências.
3. A OBSOLESCÊNCIA DA ANTIGA ALIANÇA
Em virtude das limitações daquela aliança, Deus
decidiu subscrevê-la, e torná-la obsoleta. Para tanto, estabeleceu um novo
pacto, com um novo sacerdócio, segundo a ordem de Melquisedeque (Jr. 31.31-34).
Jeremias alertou os judeus em relação aos seus pecados, e antecipou uma aliança
futura, que iria tornar a aliança antiga desnecessária. Um novo pacto foi
estabelecido, enquanto aquele foi estabelecido pela retirada do povo do Egito,
este se dá pelo ato de Deus, que testifica: “porei as minhas leis no
entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles
me serão por povo” (Hb. 8.10). O “depois daqueles dias” é chagado através da
Nova Aliança em Cristo, que torna desnecessária e obsoleta a aliança anterior.
Nessa nova aliança, não dependemos mais de preceitos humanos para nos conduzir,
temos a direção do Espírito Santo por meio da Palavra, que nos conduz a Deus
(Hb. 8.11). Os crentes, como bem ressaltou os reformadores, são agora
sacerdotes em Cristo, por isso podemos ter acesso direto ao trono da graça. A
Nova Aliança é capaz de fazer aquilo que o Antiga não teve êxito, uma expiação
completa dos pecados, pois dos nossos pecados o Senhor não mais se lembrará
(Hb. 8.12). Na Antiga Aliança os sacrifícios eram contínuos e repetitivos, mas
no sacerdócio de Cristo, fomos alcançados pela graça de Deus, nenhuma
condenação há para aqueles que estão em Jesus (Rm. 8.1).
CONCLUSÃO
A Aliança Antiga, firmada no Sinai, “envelheceu”
(Hb. 8.12), diante da Nova Aliança em Cristo. E de fato, pouco tempo depois da
escrita dessa Epístola, o templo em Jerusalém foi destruído. Essa é uma
metáfora concreta do final da Antiga Aliança, e da inauguração de um novo
tempo, no qual Cristo é Sumo Sacerdote Eterno, de um Santuário Celestial. Por
isso, podemos ter a convicção de que não devemos pecar, mas se pecarmos temos
um Intercessor nos céus, que também é a propiciação pelos nossos pecados (I Jo.
1.9;2.1).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O capítulo oito da
Carta aos Hebreus apresenta uma aliança superior; um santuário superior e
também um sumo sacerdote, Cristo Jesus, com um ministério igualmente superior.
O antigo santuário terreno, com seu complexo sistema de ritos, dera lugar a um
novo santuário, o celestial, onde o próprio Jesus oficia como Sumo Sacerdote.
Mas Ele não é apenas um Sumo Sacerdote, Ele é o sumo sacerdote-rei, que está
sentado à destra do Pai para interceder pelo seu povo. A Nova Aliança tornou
obsoleta a Antiga por ser de natureza espiritual, interior e de se firmar em
superiores promessas.
O trabalho do sacerdote era fazer as oferendas e
sacrifícios no santuário (8.3). Como nosso Sumo Sacerdote celestial, Jesus
também serve num santuário, mas este é um santuário que não foi feito por mãos
humanas, como o foi o tabernáculo. Jesus é, não somente superior aos profetas
do Velho Testamento, aos anjos, a Moisés e a Aarão, mas é também um melhor sumo
sacerdote, que ministra num santuário melhor. Ele é o mediador de uma aliança melhor
estabelecido sobre melhores promessas (8.2,6). Matthew Henry comenta:
“A substância ou resumo do declarado
era que os cristãos tinham um Sumo Sacerdote como o que necessitavam. Assumiu a
natureza humana, se manifestou na terra e ali se deu como sacrifício a Deus
pelos pecados de seu povo. não nos atrevamos a aproximar-nos a Deus, ou
apresentar-lhe nada, senão em Cristo e através dEle, dependendo de seus méritos
e mediação, porque somos aceitos somente no Amado. Em toda obediência e
adoração devemos manter-nos perto da Palavra de Deus, que é a norma única e
perfeita. Cristo é a substância e a finalidade da lei da justiça. Mas a aliança
aqui aludida foi feita com Israel como nação, assegurando-lhes os benefícios
temporais. As promessas de todas as bênçãos espirituais e da vida eterna,
reveladas no evangelho, e garantidas por meio de Cristo, são de valor
infinitamente maior. Abençoemos a Deus porque temos um Sumo Sacerdote idôneo
para nossa indefensa condição.”. (Comentários
Bíblicos. Disponível em: https://bibliacomentada.com.br/biblia/mobile/hebreus-capitulo-8-versiculo-6-comentado-por-versiculo.html. Acesso em 19 fev, 2018)
Não obstante estar Cristo assentado à destra de
Deus, e tendo concluído sua obra, quando do seu ministério terreno, Ele é aqui
descrito como “ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo” (v.2). Nos
céus, o Mestre amado continua a executar seu ministério ou serviço divino, como
nosso mediador, intercessor, advogado e Sumo Sacerdote perante o Pai, pois
entrou no santo dos Santos. Abrindo um pouco o véu da eternidade, a Bíblia
revela-nos algo sobre o trabalho de Cristo nos céus. De lá, Ele controla todas
as coisas, tanto as que estão nos céus, quanto as que estão na terra, no
universo, enfim. Ele está assentado “à destra da majestade”, “sustentando todas
as coisas pela palavra do seu poder” (1.3). É muita coisa! Em relação a nós,
diz a Bíblia, que “ele está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm
8.34b).
I. UM
SANTUÁRIO SUPERIOR
1. Pertencente a uma dimensão
superior. Tanto o judaísmo
como o cristianismo estavam familiarizados com a figura do tabernáculo de
Moisés. No livro do Êxodo constam as instruções dadas por Deus a Moisés para a
construção do Santuário (Êx 25.1-9). As recomendações dadas a Moisés, conforme
expõe o registro sagrado, eram destinadas a construção de um santuário, onde
Deus habitaria com eles (Êx 25.8). Essa era, portanto, a finalidade terrena do
tabernáculo móvel e era nesse tabernáculo que tanto os sacerdotes como o sumo
sacerdote exerciam seus ministérios. Todavia, foi no santuário celestial que
Cristo entrou para oficiar, como Sumo Sacerdote, em nosso favor. Para o
escritor aos Hebreus, esse tabernáculo é o próprio céu que é chamado de
"verdadeiro Tabernáculo" por pertencer à dimensão celestial.
Hebreus 8.5 fala-nos de figuras e das sombras das
coisas celestiais. Foi dito por Deus a Moisés (Ex 25.8) que construísse um
santuário, sendo-lhe revelado inclusive seu modelo no monte Sinai (Ex 24.18).
Tudo foi feito como o Senhor Deus ordenara a Moisés (Ex 39 e 40). Seus
construtores, Bezaleel e Aoleabe o fizeram em detalhes, minuciosamente (Ex
31.1-6). O Tabernáculo seria algo que homem algum jamais teria imaginado. Foi
construído para que as verdades fundamentais no Novo Testamento fossem
compreendidas. Cada detalhe e objeto falava da obra redentora de Jesus Cristo.
“O tabernáculo é a morada de Deus. Sendo
Ministro, Jesus Cristo nos leva à própria presença de Deus, onde temos plena
comunhão com Ele. Por ser de uma superior aliança, Cristo nos prepara e equipa
para entrarmos e morarmos no Lugar Santíssimo. Aleluia!.” (Revista
CPAD - 3º Trimestre de 2001 - Título: Hebreus — “... os quais ministram em
figura e sombra das coisas celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato)
É importante que se diga que o Tabernáculo não foi
uma ideia de Moisés; este recebeu do próprio Deus a ordem para erguê-lo – instruções
sobre planta e objetos para culto, e Moisés fez conforme toda ordem divina,
ordem esta recebida no Sinai. O modelo dado a Moisés deveria seguir exatamente
todos os detalhes do projeto a ele revelado. Assim, compreendemos qual a
finalidade de Deus abrir o coração dos egípcios a fim de que abençoassem os
hebreus quando saíram do Egito, o Tabernáculo seria construído com os recursos
vindos desta providência divina.
“Pelo tabernáculo são vistas “as figuras das
coisas que estão no céu” (Hebreus 9.23, 24). A morada divina, onde Cristo
entrou, “para comparecer por nós perante a face de Deus” (v. 24) foi
representada pelo “santuário feito por mãos”, ou seja, o tabernáculo (v. 24,
“figura do verdadeiro”). Pela exatidão da figura do tabernáculo do Velho Testamento
representar o céu, a verdadeira morada de Deus no céu é chamada “o templo do
tabernáculo do testemunho” (Apocalipse 15.5). Como o povo de Deus entrava no
tabernáculo, assim, hoje, podemos entrar no céu.” (Cap 12 - O
Tabernáculo. Disponível em: http://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap12.html. Acesso em: 19 fev, 2018)
2. Possuidor de uma natureza
superior. O santuário
terreno, mesmo tendo sido construído com objetos e metais preciosos, não era o
verdadeiro tabernáculo, mas apenas um modelo do verdadeiro. Na verdade, o
tabernáculo terreno era um tipo que aponta para o santuário celestial:
"Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou" (Hb
8.5). Ele era o lado visível de uma realidade invisível. Invisível, mas real! O
santuário terreno era por natureza temporal, figura do verdadeiro santuário,
que é espiritual e eterno. Foi nesse santuário que Jesus se tornou "ministro
do santuário, e do verdadeiro tabernáculo" (Hb 8.2).
O tabernáculo representa como Deus se relaciona
conosco:
“É útil estudar sobre o tabernáculo para aprender
mais da pessoa de Cristo. O espírito da profecia é Cristo (Apocalipse 19.10, “E
eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: Olha não faças tal;
sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a
Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.”; I Pedro
1.10,11). O nosso conhecimento de Cristo não é danificado pelo estudo do Velho
Testamento, mas é instruído e fortalecido pelo estudo do Velho Testamento. Por
isso convém estudar o que diz a Bíblia sobre o tabernáculo.” (Cap
12 - O Tabernáculo. Disponível em:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap12.html. Acesso em: 19 fev, 2018)
O tabernáculo representa o céu claramente. Em
Hebreus ficamos sabendo que Deus estabeleceu o tabernáculo comoi um padrão Deus
para “servir de exemplo e sombra das coisas celestiais” (8.5), “uma
alegoria para o tempo presente” (9.9). O Plano dda Salvação está exemplificado
pelo tabernáculo. Nele nós vemos explícita a necessidade de um Mediador e de um
Sacrifício Aceitável. Todas as alegorias encontradas ali apontam e cumprem-se
em Cristo, como Ele mesmo declarou, ninguém entra no céu senão pelo sacerdócio
de Cristo oferecendo o Seu próprio sangue diante de Deus. Cristo é tanto o
Sacerdote escolhido por Deus para ministrar diante do Seu trono quanto é o
Cordeiro que ofereceu o Seu próprio sangue. Como diz o autor de Hebreus,
Cristo, o Sacerdote “está assentado nos céus à destra do trono da majestade”
(Hb 8.1-5; 9.1-9).
3. Possuidor de uma importância
superior. É possível vermos
a relevância do tabernáculo celeste quando o contrastamos com o terrestre.
Certo autor destaca três grandes importâncias do tabernáculo terrestre.
Primeiramente o tabernáculo propiciava as condições necessárias para manter
comunhão no relacionamento com Deus. No tabernáculo celestial essa condição é
plenamente satisfeita. Em segundo lugar, o tabernáculo era a garantia da
presença divina no meio do seu povo. Esse fato faz com que o tabernáculo se
conforme em cada detalhe ao seu caráter divino, isto é, unidade e santidade.
Deus requer um santuário; o Deus santo exige um povo santo (Lv 19.2). No
tabernáculo celeste, habita a plenitude da divindade. Em terceiro lugar, o
tabernáculo revelava a perfeição e a harmonia do caráter do Senhor vistas na
sua arquitetura, tais como as gradações em metais e materiais, os graus de
santidade exibidos no átrio, o lugar santo e o santo dos santos. Mas tudo isso era
apenas "sombra" da perfeição e harmonia do tabernáculo celeste.
Ao estudarmos as Escrituras notamos que a graça de
Deus sempre existiu, contudo, sua revelação se deu de forma gradativa. O autor
de Hebreus nos ensina que no Antigo Testamento a graça de Deus é manifesta
através de enigmas, símbolos, cerimônias e profecias (Hb 1.1; 10.1). Desse fato
entendemos que o Plano de Salvação sempre esteve exposto desde o começo do
mundo.
“No livro de Apocalipse, cena após
cena, no céu, revela as coisas tipificadas no tabernáculo terreno confirmando
ainda que o tabernáculo figurava as coisas no céu. Pelo livro achamos “sete
castiçais de ouro” representado as sete igrejas da Ásia (1. 12); “sete lâmpadas
de fogo” que representam “os sete espíritos de Deus” (4.5); “o altar”
representando o trono de Deus (6. 9); “um incensário de ouro” que representa
“as orações de todos os santos” (8. 3); “o templo de Deus e a arca da Sua
aliança” representando a Sua majestosa presença (11. 19). Conhecer fatos sobre
o tabernáculo nos ensina do céu. Crer Naquele que o tabernáculo figura, nos dá
entrada no céu.”. (Cap 12 - O
Tabernáculo. Disponível em:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/calvin_d/tabernaculo/cap12.html. Acesso em: 19 fev, 2018)
“Antes de considerar detalhadamente a obra
sacerdotal de Cristo (cap. 9;10.1-18), o autor apresenta um panorama geral,
quanto à natureza, da relação entre o novo santuário (8.1-6) e a Nova Aliança
(8.7-13).
1. O novo santuário:- O autor inicia o argumento
dizendo: “Quanto ao assunto em discussão, este ponto é principal (a essência do
que temos dito) porque agora possuímos um Sumo Sacerdote, e Ele já está
exercendo a obra sacerdotal condigna à sua posição no santuário celeste”. Este
santuário foi divinamente estabelecido sobre o trono da majestade nas alturas
(vv.1,2). A obra de Cristo como Sumo Sacerdote, nas regiões celestiais, de
maneira nenhuma poderia cumprir-se na terra, pois no tempo que foi escrita a epístola
ainda havia uma ordem sacerdotal (ultrapassada, contudo ainda funcionando)
estabelecida pela lei mosaica. Uma vez que Cristo não pertencia à tribo de Levi
(7.13,14), naturalmente não podia atuar com eles (vv.5,6).
2. A nova aliança:- O sistema levítico baseava-se
numa aliança que até os profetas reconheceram imperfeita e transitória, pois
falavam do propósito divino de estabelecer uma nova. Se a primeira fosse
perfeita, não haveria procura por uma segunda aliança (v.7). Daí entendemos que
havia no coração do povo santo que viveu no Antigo Testamento um senso de
satisfação. Procuravam algo superior. E essa aliança melhor já fora prometida,
como provam as Escrituras (Jr 31.31-34; Ez 36.25-29; vv. 8-12). (Comentário
Bíblico - Hebreus, CPAD, págs.145-147.)
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Prezado(a)
professor(a), antes de introduzir o primeiro tópico da lição desta semana,
escreva no quadro estas três expressões: dimensão superior, natureza superior
e importância superior. Após fazer a exposição do primeiro tópico, retorne
à lousa e peça para que os alunos expliquem com as próprias palavras as
expressões-chaves sobre o ministério da Nova Aliança.
II. UM
MINISTÉRIO SUPERIOR
1. No aspecto posicional. O autor mostra através de seus argumentos que Jesus, de
fato, deve ser visto como verdadeiro sumo sacerdote-rei. Já foi destacado em
lições anteriores que no Antigo Pacto nenhum rei exerceu de forma legítima a
função de rei-sacerdote. Dois exemplos bíblicos de reis que tentaram atuar como
sacerdotes, mas que foram reprovados são os de Saul e Uzias. Jesus é o único
Sumo Sacerdote-Rei que cumpriu as exigências da profecia bíblica do Salmo
110.4. Por ser de uma ordem superior, a ordem de Melquisedeque, Ele não está
sujeito às exigências do sistema levítico. E por ser Sumo Sacerdote da ordem de
Melquisedeque também não está limitado a um tabernáculo terreno. O seu
santuário, onde Ele oficiou, é divino, além de maior e melhor em dois outros
aspectos.
No verso 1 da leitura bíblica em classe temos: “Um
sumo sacerdote tal…” (v.1a) - com esta expressão, a Palavra de Deus visa mais
uma vez enfatizar a singularidade de Cristo como Sumo Sacerdote, destacando-o e
diferenciando-o dos sumo sacerdotes comuns, frágeis, mortais, da Antiga
Aliança. A expressão “tal”, aqui, evidencia a incapacidade das palavras humanas
para descrever a grandeza de Cristo.
“Não obstante estar Cristo assentado à destra de Deus, e
tendo concluído sua obra, quando do seu ministério terreno, Ele é aqui descrito
como “ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo” (v.2). Nos céus, o
Mestre amado continua a executar seu ministério ou serviço divino, como nosso
mediador, intercessor, advogado e Sumo Sacerdote perante o Pai, pois entrou no
Santo dos Santos.” (Revista CPAD - 3º Trimestre de 2001 -
Título: Hebreus — “... os quais ministram em figura e sombra das coisas
celestes” - Comentarista: Elinaldo Renovato)
Jesus, como Sumo Sacerdote constituído por Deus, no
céu, exerce seu trabalho no verdadeiro tabernáculo, fundado pelo Senhor, e não
pelo homem. O antigo tabernáculo, montado no deserto, deixou de existir. Sua
exuberante glória desapareceu. Salomão construiu o majestoso templo, que
substituiu o tabernáculo (2 Cr 7.1,11). Mais tarde, esse templo foi destruído e
substituído por outro, que também desapareceu. Mas o tabernáculo celeste, no
qual Cristo está, é eterno e indestrutível.
2. No aspecto funcional. No Antigo Pacto, os sacerdotes adentravam no tabernáculo
para oferecer suas ofertas e sacrifícios muitas vezes, e o sumo sacerdote uma
vez no ano (Hb 8.3). Cristo, à semelhança do sistema sacerdotal arônico, também
deveria ter oferta para oferecer. Contudo, há duas coisas que diferenciam o
sacerdócio de Cristo com o do Antigo Pacto: Ele mesmo se deu em sacrifício (1Co
5.7) e este, ao contrário do sacrifício levítico, não mais se repete, foi
efetuado de uma vez por todas. Cristo, portanto, não está mais oferecendo
sacrifício no céu de forma repetida como fazia os sacerdotes levitas. Agora,
Ele intercede por todos os que o invocam.
Jesus Cristo e o verdadeiro tabernáculo (8.2), são
as realidades invisíveis prefiguradas pelos sacerdotes e o santuário físico do
Antigo Testamento; a ‘Segunda Aliança’ (V. 7) é a realidade prefigurada pelo
antigo. Jesus trouxe-nos perfeita salvação. No modelo arônico, diversos
sacerdotes sucederam-se constantemente, visto que “pela morte foram
impedidos de permanecer”. Estes sacerdotes apenas intercediam pelos homens
a Deus, mas não os salvavam. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, não só “vive
sempre para interceder” por nós, como nos assegurou uma perfeita salvação
por seu intermédio (Rm 8.34; Jo 5.24).
“DIFERENÇA FUNDAMENTAL ENTRE CRISTO E
ARÃO
1. Jesus , sacerdote perfeito. A Lei
previa a possibilidade de erro ou pecado por parte dos sacerdotes (v.3; Lv
4.3). O próprio sumo sacerdote Arão tinha a orientação de DEUS para oferecer
sacrifícios não só pelo povo (Lv 16.15 ss.), mas por si próprio (Lv 16.11-14).
Enquanto o sumo sacerdote do Antigo Testamento estava sujeito a pecar,
Jesus nunca pecou. Ele é perfeito. Satisfez todas as condições para
o perfeito sacerdócio. Foi ungido como Rei, como Filho (Sl 2.6,7); e Sacerdote
Eterno (Sl 110.4); foi enviado por Deus (Jo 5.30); veio em nome do Pai (Jo
5.43). Jesus não se glorificou a si mesmo para fazer-se sumo
sacerdote (v.6). Diante de todas essas qualificações, o Mestre nunca ofereceu
sacrifícios por si próprio. Ele deu-se a si mesmo por nossos pecados (Gl 1.4).
2. Sacerdote eterno (v.6). O escritor
aos hebreus faz referência a dois textos bíblicos no livro de Salmos para
demonstrar o caráter especial do sacerdócio de Cristo: um sacerdócio que não
tem fim: “Tu és meu filho; hoje te gerei” (Sl 2.7); e “Tu és um sacerdote
eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4).”. (Ev Luiz Henrique, Lição 7 – O Sacerdócio Eterno
de Cristo. Disponível em:http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-jc-osacerdocioeternodecristo.htm.
Acesso em 5 fev, 2018).
3. No aspecto cultual. O autor escreve a partir da perspectiva de que o culto
levítico continuava em pleno funcionamento. Havia ainda nos seus dias
sacerdotes que ofereciam sacrifícios e ofertas de acordo com a lei (Hb 8.4). A
atividade sacerdotal juntamente com as demais funções exercidas pelos
sacerdotes estava estritamente relacionada ao culto. Nesse aspecto, o
sacerdócio de Cristo era superior porque sua atividade cultual era em tudo
superior, visto se realizar no santuário celestial.
No ano 70 d.C, Jerusalém foi arrasada pelo general
Tito e desde então, não se tem registros de sacrifícios de animais como
adoração no meio Judeu. Hebreus foi escrito provavelmente antes ou um pouco
depois da destruição do templo, ocorrido em 70 d.C. Em vista do tema do livro,
é improvável que o autor tivesse deixado de mencionar a destruição do templo,
no ano 70 d.C., se esse evento tivesse ocorrido ao tempo da escrita. Uma vez
que ele não citou esse evento para apoiar seus argumentos, podemos aceitar que
ainda não tivesse acontecido, e uma data próxima ao ano 65 d.C. pode ser aceita
para a escrita de Hebreus. Assim, o sistema de sacrifícios e o Templo ainda
estavam em pleno funcionamento.
Em Cristo, nós temos mais que um sacerdote, na
terra, Jesus foi o “cordeiro de Deus”, oferecendo-se a si mesmo como
holocausto, entregando sua vida em nosso lugar (Jo 10.15,28). Agora Ele exerce
as funções sumo sacerdotais lá no céu: “ministério mais excelente”
(1.4), que o realizado por todos os sacerdotes e sumo sacerdotes terrenos, da
Antiga Aliança. “Mediante a intercessão de Cristo, aqueles que se chegam a
Deus (i.e., se chega continuamente a Deus, pois o particípio no grego está no
tempo presente e salienta a ação contínua) pode receber graça para ser salvo
‘perfeitamente’. A intercessão de Cristo como nosso sumo sacerdote é essencial
para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça e misericórdia e ajuda que nos
são outorgadas através daquela intercessão, nos afastaríamos de Deus, voltando
a ser escravos do pecado e ao domínio de satanás, e incorrendo em justa
condenação. Nossa esperança é aproximar-nos de Deus por meio de Cristo, pela fé
(ver 1 Pe 1.5).” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, págs.
1907-1909).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O ANTIGO E O NOVO
CONCERTO
Os capítulos 8−10
descrevem numerosos aspectos do antigo concerto tais como o culto, as leis e o
ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários cômodos e móveis
desse centro de adoração do Antigo Testamento. É duplo o propósito do autor:
(1) contrastar o serviço do Sumo Sacerdote no santuário
terrestre, segundo o
antigo concerto, com o ministério de Cristo como Sumo Sacerdote no santuário
celestial segundo o novo concerto; e (2) demonstrar como esses vários aspectos
do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério que estabeleceu o novo
concerto. (3) Jesus é quem instituiu o Novo Concerto ou o Novo Testamento
(ambas as ideias estão contidas na palavra grega diatheke − testamento),
e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos sacerdotes
terrenos do Antigo Testamento. O Novo Concerto é um acordo, promessa, última
vontade e testamento, e uma declaração do propósito divino em outorgar graça e
bênção àqueles que se chegam a Deus mediante a fé obediente. De modo
específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que, por fé,
aceitam a Cristo como o Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente
a Ele e aos preceitos do novo concerto” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio
de Janeiro: CPAD, 1995, p.1910).
III. UMA
PROMESSA SUPERIOR
1. De natureza interior e
espiritual. Debaixo da Antiga
Aliança, Deus havia chamado os israelitas para ser o seu povo (Êx 19-5,6). Essa
Aliança fora escrita em tábuas de pedras, revelando assim o seu lado exterior.
Nesse aspecto, a lei agia de fora para dentro (Hb 8.9). Tendo o povo de Deus
falhado em cumprir as exigências legais da Antiga Aliança, Deus prometeu fazer
uma Nova. Nessa Nova Aliança, a lei divina não mais seria escrita em tábuas de
pedras, mas sim no coração. Não mais do lado de fora, mas do lado de dentro (Hb
8.10).
Numa aliança, existem três elementos envolvidos. As
partes, no mínimo duas, e um mediador. No Antigo Pacto, vemos Deus de um lado e
o povo de Israel de outro. O mediador era o sacerdote ou o sumo sacerdote. Foi
Deus quem propôs e estabeleceu a Antiga Aliança. Os sacerdotes fizeram seu
trabalho, mas fracassaram. Foram mediadores deficientes e falhos. O lado
humano, representado por Israel, arruinou-se apostatando. Mas Deus, por sua
infinita misericórdia, proveu-nos um Novo e melhor Concerto, “confirmado em
melhores promessas” (v.6), através de Cristo. O novo concerto aboliu o antigo
(v.7) - “Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria
buscado lugar para o segundo”. Em Jeremias, lemos: “Mas este é o
concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor:
porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o
seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31.33). Ver Ez 36.25,26. Isto é
muito significativo. No Antigo Pacto, o culto era mais exterior: havia os
sacrifícios de animais, os rituais, a guarda dos sábados, das luas novas, etc.
O Novo Concerto trazido por Cristo, em tudo é superior. A lei de Cristo é
colocada no coração do homem. Em lugar de todos os sacrifícios do Antigo Pacto,
Cristo, entregando-se na cruz, efetuou um único e suficiente sacrifício,
expiador e redentor.
“Um indivíduo se tornava parte do
povo de Israel pelo nascimento físico e era circuncidado no oitavo dia como
sinal da aliança. Mais tarde, quando o menino tinha idade bastante para
entender, era-lhe ensinada a lei com a esperança de que ele decidisse
obedecê-la. A lei de Moisés foi escrita em tábuas de pedra, mas muitos
israelitas não escreveram a lei de Deus em seus corações. O novo pacto,
contudo, é diferente, como Jeremias profetizou. É ensinado às pessoas primeiro
e elas se tornam parte da nação escolhida de Deus somente depois de aceitarem
as condições para se tornarem parte dessa nação (Hebreus 8:11). Elas serão
verdadeiramente o povo de Deus porque sua lei estará escrita em seus corações.
Todos na casa espiritual de Israel (a igreja) conhecem o Senhor porque ninguém
pode se tornar parte da nação eleita sem primeiro conhecer o Senhor! Mas a nova
aliança é diferente de outra maneira. O perdão estaria disponível através do
sacrifício de Jesus Cristo (8:12). Não haveria mais necessidade de sacrifícios
anuais no Dia da Expiação como a lei de Moisés exigia (veja Levítico 16).
Jesus, o sacrifício perfeito, precisou oferecer a si mesmo somente uma vez. Por
que haveríamos de querer voltar ao velho e imperfeito, quando Deus providenciou
um pacto novo e melhor, com um melhor Sumo Sacerdote?” (Estudo Textual: Hebreus 8:1-13 - Uma Aliança Melhor.
Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/hebreus.htm#Hebreus%208:1-13. Acesso em: 19 fev, 2018)
2. De natureza individual e
universal. A Antiga Aliança é
contrastada com a Nova também quanto ao seu alcance. Na Antiga Aliança, nem
todos conheciam ao Senhor, o que estava reservado somente ao sacerdote, ao
escriba e àqueles que se especializavam em minúcias da Lei. Nos dias de Jesus,
era comum encontrar os "mestres da lei" que frequentemente eram
consultados sobre os detalhes da Tora. Todavia, na Nova Aliança o Senhor
prometeu que "todos me conhecerão" (Hb 8.11). Na Nova Aliança o
conhecimento do Senhor está à disposição de todos os crentes e não apenas de
uma classe privilegiada.
Os doutores da lei que aparecem várias vezes nos
Evangelhos e que nós os julgamos sempre em contraste com Cristo são pessoas que
dedicavam a própria vida a estudar a Lei, isto é a Sagrada Escritura. Eles
sabiam de cor os textos bíblicos. Sendo judeus, o texto sagrado deles
corresponde ao nosso Antigo Testamento e também inclui os pensamentos dos
grandes rabinos. Eram espertos na Palavra de Deus. Ou seja, eram Mestres de
coisas relacionadas com a religião. Os inúmeros debates entre Jesus e eles
demonstram as ideias de religião presente em Cristo e neles.
Cristo, Sumo Sacerdote dos bens futuros (v.11).
Esses “bens futuros” ainda não estão plenamente ao nosso alcance. A salvação é
presente, mas depende de nossa perseverança até o fim (Mt 10.22; 24.13; cf. Rm
13.11). O reino absoluto de Cristo e a feliz eternidade com Deus nos aguardam.
Os céus nos esperam. A Nova Jerusalém está preparada para os santos do Senhor.
O conhecimento de Deus é o assunto mais sublime de
toda a Bíblia. O conhecimento de Deus nos aguça em relação ao Supremo e ao
mesmo tempo traz grande temor aos nossos corações. Isso porque o conhecimento é
o mais profundo conhecimento que podemos ter. “… porque, em parte,
conhecemos e, em parte, profetizamos. Mas quando vier o que é perfeito, então,
o que é em parte será aniquilado será aniquilado. Quando eu era menino, falava
como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a
ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque, agora, vemos por espelho em
enigma; mas então, veremos face a face; agora conheço em parte, mas então,
conhecerei como também sou conhecido.” (1Co 13.9-12) - Jesus é o Mediador
de algo superior; no santuário celestial. Ele ministra não apenas as palavras,
mas o Espírito”. A frase na sua mente imprimirei as minhas leis (Hb 8.10b ara)
é, em seguida, amplificada na declaração: E não ensinará jamais cada um ao seu
próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Senhor; porque todos me
conhecerão, desde o menor deles até ao maior (Hb 8.11). No sentido mais
imediato, é pela remissão dos pecados e pela inscrição da Lei divina dentro do
coração humano que os crentes conhecem o Pai em experiência pessoal. Não se
trata de mero conhecimento sobre Deus, como aquele que se poderia obter ouvindo
a Lei externa, mas familiaridade com o próprio Deus em Cristo. Existe também um
sentido mais objetivo em que esse texto pode ser interpretado. No Antigo
Testamento, a revelação não foi completa, mas Deus falou muitas
vezes e de muitas maneiras (Hb 1.1); assim, as palavras dos profetas, de Moisés
em diante, deviam ser transmitidas a grupos cada vez maiores. E ainda, a Lei de
Moisés, sendo dada em preceitos e mandamentos, exigia interpretação, levando à
formação dos escribas, que se dedicavam a esta tarefa. Em Jesus Cristo,
contudo, a revelação tornou-se completa. E, mediante o Espírito Santo concedido
no Pentecostes, a Palavra de Deus foi rapidamente anunciada e difundida. Mas
esta, transmitida oralmente durante algum tempo, logo se fixou em um cânone de
Escrituras, inspiradas pelo Espírito Santo. A nossa Bíblia, pois, é a um tempo
a Palavra de Deus e um registro dessa Palavra, e por isto tão-somente é que se
torna o fundamento de nossa fé e prática. Por esta Palavra apenas, que não é de
interpretação particular, podemos até julgar os que se levantam para pregar.
Neste sentido, então, podemos dizer que, desde o menor até o maior, desde as
crianças até os teólogos e intérpretes, a Palavra de Deus, em Sua capacidade de
salvar, é acessível a todos. [Prof. Luiz Henrique].
3. De natureza relacional. O aspecto relacional é posto em evidência na citação deste
versículo: "Porque serei misericordioso para com as suas iniquidades e de
seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais" (v.12). A Nova
Aliança é um concerto de misericórdia, graça e perdão. Certo autor destaca que
o antigo sistema separava a religião da vida. O homem podia ser reto
cerimonialmente e perverso no coração, ou reto no coração e incorreto
cerimonialmente. Na Nova Aliança, em vez de uma "recordação de pecados
todos os anos" (Hb 10.3 -ARA), como na Antiga Aliança, Deus não mais se
lembra dos pecados de seu povo (Hb 10.17).
A Antiga Aliança implicava mandamentos, estatutos e
juízos, os quais não foram observados pelo povo escolhido. Era um concerto
transitório, como indica o escritor: “Porque se aquele primeiro fora
irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo” (v.7). Diante
disso, Jesus trouxe uma Nova Aliança, que se estabeleceu, não em atos
exteriores, rituais, mas no interior do homem, no entendimento e no coração.
Por isso, é um melhor concerto. Que o Senhor nos faça entender esse tema, e que
o valorizemos em nossa vida cristã! Nosso relacionamento não está baseada na
lei e nem na obediência a elas, mas na graça de Deus, em Cristo, através do
Espírito Santo que mora em nós.
Uma vez que foi alcançado perdão completo e final,
Deus não se lembra mais do pecado (v. 17), e nenhum outro sacrifício se faz
necessário. Jamais me lembrarei de seus pecados não significa propriamente
esquecer, mas sim não manter mais o pecado voltado contra nós. O autor de
Hebreus conclui seu argumento com a afirmação categórica de que Cristo nunca
mais recordará nossos pecados. O perdão é completo e definitivo; não é
necessário confessar reiteradamente nossos pecados passados. Como crentes,
podemos ter a certeza de que nossos pecados, os que confessamos e abandonamos,
foram perdoados e esquecidos.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Estabelecido
o Novo Concerto em Cristo, o Antigo Concerto se tornou obsoleto (8.13). Não
obstante, o Novo Concerto não invalida a totalidade das Escrituras do Antigo
Testamento, mas apenas as do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida
mediante a obediência à Lei e ao seu sistema de sacrifícios. O Antigo Testamento
não está abolido; boa parte de sua revelação aponta para Cristo [...], e por
ser a inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e
instruir na retidão” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 1995, p.1911)
CONCLUSÃO
O autor já havia mostrado a superioridade do
sacerdócio de Jesus sobre o arônico e levítico quando o coloca como pertencente
à ordem de Melquisedeque. Agora, ele mostra que esse sumo sacerdote possui um
ministério superior porque ministra em um santuário superior e é o fiador de
uma superior aliança. Por pertencerem a essa Nova Aliança, os crentes desfrutam
de promessas superiores. Por isso glorificamos a Deus por essas bênçãos.
O tabernáculo terrestre era apenas uma sombra da
realidade. O autor de Hebreus dá a entender que a primeira aliança não estava
sem efeito, não era a lei que estava defeituosa, mas somente que a experiência
do homem sob a lei era defeituosa. Se, na realidade, a lei tivesse sido a
resposta à necessidade do homem, não teria havido necessidade alguma de uma
nova aliança. Esta declaração é o sinal para o autor citar uma passagem
extensiva de Jeremias a fim de explicar sua abordagem à nova aliança. Jesus,
como Sumo Sacerdote constituído por Deus, no céu, exerce seu trabalho no
verdadeiro tabernáculo, fundado pelo Senhor. O antigo tabernáculo, montado no
deserto, deixou de existir. O Templo foi destruído. Sua exuberante glória
desapareceu. Mas o tabernáculo celeste, no qual Cristo está, é eterno e
indestrutível.
“...Ele é poderoso para salvar definitivamente
aqueles que, por intermédio dele achegam-se a Deus, pois vive sempre para
interceder por eles” (Hebreus 7.25)
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br