INTRODUÇÃO
Estudaremos agora uma nova seção
que se inicia com o
capítulo 6, no qual é destacada
a vida religiosamente piedosa
de um verdadeiro servo de Deus. Nas ilustrações que foram feitas por Cristo, como a primeira seção
de Mateus 5.3-12, Ele falou de como o cristão em essência deveria ser. Logo em seguida, na segunda seção, é dito do seu papel e caráter perante
o mundo (Mt 5.13-16). Na terceira
ilustração feita pelo divino Mestre, é dito como os seus discípulos devem se relacionar com a Lei, sem
qualquer pretensão legalista como faziam os escribas e os fariseus,
mas tendo uma justiça superior.
Um cristão que vive as beatitudes não tem como ser um
hipócrita na vida religiosa, porquanto é plenamente consciente de que desenvolve sua comunhão com o Deus
onisciente e todo poderoso, que requer de
cada um de nós um proceder em obediência e santidade, tanto para com Ele como perante esse mundo
pecaminoso. Nessa prática de um viver
sincero na vida religiosa, Tiago esclarece muito bem o que o Pai celestial espera de nós: “A religião
pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta:
visitar os órfãos
e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27, ARA).
Há duas coisas importantes a serem consideradas nesse
versículo. A primeira é em relação ao substantivo feminino religião, que
do grego é threskeía, adoração religiosa, externo, aquilo que
consiste de cerimônias, disciplina religiosa, religião. A segunda está
relacionada ao adjetivo puro,
katharós, limpo. Só se pode desenvolver atitudes religiosamente aceitáveis diante de Deus quando o coração for realmente
puro.
Há muitos que nas práticas
religiosas manifestam externamente as mais belas canções,
sermões, palavras, adoração, porém, como Jesus
disse, fazem tudo isso apenas
de lábios, aparência, pois o coração
não é verdadeiramente do Senhor
(Mt 15.8), de modo que tudo não passa
de uma mera exibição, show, pura hipocrisia, querem adorar a Deus como a mulher samaritana, escondendo seus pecados e sem conserto da vida (Jo 4.16-18). Em Mateus
6.1-4 aprenderemos com Jesus como deve
ser nossa vida religiosa para com Deus.
O capítulo 8 apresenta duas verdades dominantes ensinadas por Jesus Cristo: a primeira, a nossa vida de comunhão com Deus, como devemos desenvolver nossas atitudes de adoração com verdade e sinceridade; a segunda, as necessidades cotidianas de quem vive neste mundo, como, por exemplo, vestimentas, alimentação, amparo, abrigo, como usá-las sem ser dominado por elas (1Co 7.34).
O ATO DE DAR ESMOLAS E A HIPOCRISIA
Definição de hipócrita – Começaremos definindo o termo citado: característica do que é hipócrita; falsidade, dissimulação. Ato de fingir o que a gente não é, ou não sente, ou não crê; falsidade (Mc 12.15). Do grego é hupókrisis, atuação de um artista de teatro, dissimulação, hipocrisia.
Importante atentar para a palavra hipocrisia no Novo Testamento. É bem possível que ela tenha sido influenciada linguisticamente pelo hebraico, ḥānēp, falar poluído, ímpio. No grego ático aparece o hypokrisis, que quer dizer uma resposta de um ator, aquele que desempenha um papel no palco. No Antigo Testamento, tem-se muito a ocorrência em Jó e denotava, pelas suas diversas formas paralelas, aquelas pessoas que se esqueciam de Deus (Jó 8.13) e perversos (Jó 20.5; 27.8). A Septuaginta fala de ḥānēp com diversos sentidos, em especial de iniquidade e pecado (Is 9.17; Jó 8.13; 17.8), e no livro de Jó encontra-se a palavra hypokritēs (Jó 34.30; 36.13), tratando de ímpio e impiedade.
O hypokritēs usado por Cristo aparece nos Evangelhos Sinóticos e tem um peso veterotestamentário no sentido de ímpio (Mt 22.18; 23.13-29; 24.51). Em Lucas, o sentido é de infiel (Lc 12.46), em Marcos se tem mesmo hipocrisia (Mc 12.15), e já em Mateus 22.18 e Lucas 20.23 é ainda dado o sentido da palavra como malícia e astúcia. Quando Jesus fala dos escribas como hipócritas, não estava querendo apenas dizer que eles desenvolviam um papel de atores no aspecto religioso, mas, sim, o quanto em essência eles eram ímpios, profanos.
O discípulo de Cristo não pode viver como um hipócrita ou desenvolver um papel de um ator. Paulo condena essa atuação e ensina que esse tipo de procedimento não acarreta nenhuma vantagem (Gl 2.13). Antes, o cristão deve viver de modo verdadeiro, puro, genuíno e sem qualquer prejuízo (Rm 12.9; 1Tm 1.5; Tg 3.17).
A justiça pessoal – Quem passa a viver a nova vida em Cristo terá uma conduta com atitudes diferentes. Não somente isso, terá discernimento preciso e puro, sem buscar glori cação pessoal. Precisamos entender que o evangelho não pode ser mensurado a um tipo de manual do judaísmo. Tratava-se dos ensinos de Cristo em um padrão mais elevado para exemplificar como o cristão deve proceder. Jesus vai entrar no terreno do coração daquele que o segue e gerar uma verdadeira espiritualidade, levar cada pessoa a ter consciência do Deus que estava agindo em sua vida, livrar dos dogmas dos escribas e injetar um novo desejo para viver com o Pai.
Vamos começar esse tópico atentando para Mateus 6.1, que na versão bíblica Almeida Revista e Atualizada (ARA) diz: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens [...]”, enquanto na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC) está escrito: “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens [...]”. No texto original está assim: Προσέχετε [δὲ] τὴν δικαιοσύνην ὑµῶν µὴ ποιεῖν ἔµπροσθεν τῶν ἀνθρώπων (guardai-vos de fazer a vossa justiça diante dos homens). Observe que na versão bíblica Almeida Revista e Atualizada encontramos o termo justiça, ao passo que na versão Almeida Revista e Corrigida consta esmolas. O preferível nesse casso é a palavra justiça, que consta nos mais antigos manuscritos, pois o uso do termo esmolas vem de uma substituição bem tardia.
Entendemos que a palavra justiça era usada em certo sentido como esmola, porém, o que consta no grego é justiça, mas, segundo alguns especialistas na área do estudo do grego, diz-se que a palavra siríaca foi traduzida por justiça. Todavia, nosso foco aqui é compreender o que Jesus queria falar quando fez menção sobre a expressão “vossa justiça”.
Nosso Senhor não estava combatendo a prática de boas obras, porque já havia ensinado que os seus verdadeiros discípulos deveriam brilhar por meio de suas boas ações (Mt 5.16), o que só é possível quando os motivos são verdadeiros, sinceros e puros no intuito de que Deus seja glorificado. A justiça pessoal que Jesus combate aqui é aquela que busca os louvores humanos, quando se faz algo para receber os aplausos.
Quando alguém faz alguma coisa firmado no egoísmo carnal, poderá receber os louvores dos homens, porém, de Deus, nada receberá. Jesus ensina aos seus discípulos e futuros seguidores que aquilo que realmente caracteriza os servos do seu Reino é a humildade (Mt 5.3), não há nenhum desejo seu de ostentação, glorificação pessoal, não quer em momento algum fazer teatro com a fé, porquanto está ciente de que tudo que faz é pela graça de Deus, não por sua justiça própria (1Co 15.10).
As três práticas da ética cristã – Os que fazem parte do Reino de Deus não vivem somente de palavras, mas sua fé se caracteriza também por meio de práticas piedosas, nesse sentido, com bom posicionamento, Tiago diz que é preciso que a fé seja seguida de obras; sem isso ela é morta (Tg 2.26). Ele ainda acrescenta que a verdadeira religião tem que desenvolver seu viver em santidade, mas também em caridade (Tg 1.27). Sabemos da importância da doutrina para os aspectos da fé, mas não podemos perder de vista as práticas de atos piedosos, o que dão prova de um cristianismo comprometido com as verdades bíblicas.
Jesus diz que quando algum de seus servos desse esmolas não deveria proceder como os hipócritas, os quais agiram como atores, postura que profanava as práticas religiosas, porque as praticavam por meio de uma demonstração teatral no propósito de atrair as multidões com seus espetáculos farisaicos.
Os seguidores de Jesus são chamados a dar esmolas, a orar e jejuar, mas nunca deveriam ter um espírito de ostentação, não deveriam tocar trombeta (Mt 6.2). Há diversas opiniões que orbitam em torno da palavra trombeta: alguns acreditam que se tratava de uma prática dos fariseus que logo ao darem esmolas tocavam trombetas para chamar atenção dos pobres; outros dizem que os pobres tocavam trombetas para chamar atenção de quem passava pelas ruas; e àqueles que afirmam que era o som do dinheiro que caía quando postono cofre das esmolas doadas nas sinagogas. Apesar de todas essas interpretações, é bem provável que tal expressão fosse um provérbio que apontava para a ostentação.
É necessário levar em consideração que Jesus não está dizendo que não se pode dar esmolas nas ruas, praças, nos templos e sinagogas, a justiça pode ser desenvolvida em qualquer lugar, não havia nenhum erro em um judeu fazer essas práticas piedosas. O grande problema é que eles faziam isso procurando os lugares mais movimentados para se exibirem de maneira egoísta querendo aprovação dos homens.
Queridos irmãos, como servos de Jesus Cristo, devemos ter em mente que Deus não somente está nos contemplando constantemente, Ele sabe também o que se passa em cada coração; ademais, é preciso saber que sua atenção não é atraída por atos exteriores, mas Ele se volta para aquele que tem um coração contrito, que o ama de verdade, que procura andar segundo a sua Palavra, que busca agradá-lo em tudo, esses irão receber a recompensa do Pai.
AUXILIANDO O PRÓXIMO SEM ALARDE
Qual é a motivação do teu coração? – Servir aos pobres sempre foi uma ordem divina, o que mostra uma preocupação com essas pessoas, observe que eles também estavam inclusos nos ensinamentos de Cristo. Lendo Deuteronômio 15.10,11, entendemos que a lei judaica ordenava dar auxílio aos pobres, assim, os novos seguidores de Cristo precisariam atender essas pessoas necessitadas.
A grande questão não é dar esmolas aos pobres, mas saber o que o seu coração está pensando. Quando se pratica esse tipo de ação, como já foi dito, Jesus foi incisivo e disse que não se pode ser hipócrita nesses atos, procurando fazer algo apenas para ficar em evidência, não é assim que procede alguém que tem o coração transformado por Cristo, seu motivo na prática de boas obras não é a ostentação, pois nele está a verdade, não mais a hipocrisia.
Podemos dizer que o versículo primeiro do capítulo seis de Mateus vai ser o fio condutor do que irá se desenvolver no mesmo: não exercer a justiça própria diante dos homens, mas a justiça que irá sobressair é mais digna, está acima daquela que era proposta pelos escribas e fariseus (Mt 5.20), essa justiça mais sublime é a de Cristo implantada em nossos corações, ela é o princípio geral que dirigirá nossa vida e atos religiosos. Quem vive na justiça de Cristo jamais usará as esmolas, oração e jejum para exibição, mas terá uma qualidade de vida da qual o mundo louvará a Deus, mostrando equilíbrio e firmeza, pois, se não for assim, poderá caminhar em dois extremos: o primeiro é o da autoglorificação, o segundo é o da ausência, do medo, agindo como monges, fugindo de tudo. Quando há consciência da justiça de Cristo no coração as coisas alcançam um equilíbrio total.
O que buscamos quando auxiliamos o próximo? – No auxílio ao próximo, por ser consciente do ensino de Cristo, devemos atentar para o verbo no tempo presente voz ativa modo imperativo que aparece no texto, que diz: guardai-vos, que do grego é prosécho, levar à, trazer para perto, mudar a mente para, tentar ser solícito, assistir a si mesmo, isto é, dar atenção a si mesmo, esse é o remédio certo para não procedermos no propósito de exibirmos nossa justiça pessoal. Em nosso viver diário, em tudo o que fazemos, temos que decidir ou em agradar a nós mesmos, chamando atenção dos outros para aquilo que fazemos, ou procurar fazer tudo para a glória de Deus, o cristão verdadeiro, procura a última, porque sabe que tudo que faz deve ser para glória do Senhor.
No momento em que o crente se propõe a ajudar o seu próximo, a primeira coisa que leva em consideração é o seu relacionamento com Deus. Paulo diz que tudo quanto fizermos, seja por palavras, seja por obras, deve ser em nome do Senhor (Cl 3.17; 1Co 10.31; 1Pe 4.11).
Ao dar prioridade a Deus naquilo que faz para com alguém, o cristão nunca agirá de modo contrário, querendo fama, popularidade, nome, reconhecimento por parte dos homens. Para viver sem qualquer intenção de exibição, da glorificação do eu, o que é preciso é só olhar para o exemplo de Cristo (Mt 11.29), e em tudo nos deu exemplo (Jo 13.15), pois em seu viver sempre procurou agradar ao Pai e fazer a sua vontade.
A maneira de ofertar segundo Jesus - “Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens...” (Mt 6.3). Observe que o versículo começa com o uso do pronome pessoal da segunda pessoa do singular “tu”, é muito enfático o uso aqui desse pronome, ele é indicativo, o que esclarece que o novo discípulo de Cristo nunca deve proceder como os hipócritas, que buscavam a glória humana.
Cristo ensina como deve ser a maneira certa de se dar uma esmola para ajudar alguém, Ele leva em consideração não a aprovação dos homens, mas prioriza o motivo, a verdadeira intenção que impulsiona para essa prática maravilhosa.
A expressão “ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” (Mt 6.3, ARA), nada tem a ver como pensam alguns, que no ato de dar tal pessoa fica contando o dinheiro mudando de uma mão para outra com ostentação. Também não se deve pensar que essa expressão seja o ato de alguém que dá com uma mão e de imediato tenta recuperar o que deu com a outra. Por fim, não se deve pensar que a mão direita é o símbolo da piedade, e que a esquerda é símbolo de algo errado.
Em resumo, a expressão de Mateus 6.3 é simplesmente um provérbio hiperbólico, querendo retratar o modo oculto de uma pessoa realizar alguma coisa, ou seja, ao dar esmola para alguém, tal pessoa não deve em momento algum orgulhar-se ou pensar que é boa em si mesma, nem deve buscar o reconhecimento por parte de outros por se achar alguém melhor, o correto é ficar no anonimato, levando em consideração que Deus está atento para aquilo que nos move para uma determinada atitude.
DEUS CONTEMPLA O BEM QUE REALIZAMOS
O Deus que tudo vê – Teologicamente, Deus é descrito nas páginas da Bíblia Sagrada como um ser perfeito, luz (Jo 1.7), Ele tanto conhece a si mesmo como todas as demais coisas. Esse conhecimento divino aparece em muitas passagens bíblicas: (1Sm 2.3; Jó 12.13, Sl 94.9; Is 29.15; 40.27,28). Não se pode jamais comparar o conhecimento de Deus com o do homem, o conhecimento de Deus é arquétipo, conhece o universo antes mesmo de sua existência, ao passo que o homem o conhece da forma que lhe é apresentado, do lado de fora, é parcial. O conhecimento de Deus é absoluto, inato, imediato, sucessivo, completo, pleno e não necessita de um processo de raciocínio.
Além do conhecimento de Deus ser perfeito, também é abrangente, é denominado de onisciência, o que envolve compreensão absoluta. Deus tem o conhecimento interno de si, e, como conhece tudo que emana dEle, isto é, as coisas, não há problema para Ele com relação ao passado, presente e futuro. Deus conhece as coisas em sua essência, nada está oculto, Ele penetra, perscruta onde o homem nunca pode chegar, por mais que estude. O homem enxerga e conhece apenas o lado externo, Deus, por outro lado, conhece o coração de cada ser humano (1Sm 16.7; 2Cr 28.9,17; Jr 17.10), observa todas as ações e a conduta dos homens (Dt 2.7; Jó 23.10; Sl 1.6). É por esse motivo que o conhecimento de Deus é perfeito (Jó 37.16).
Um exemplo claro da onisciência divina está no Salmo 139 e faremos um destaque para os versículos 1 a 6. O salmista demonstra que por meio de um relacionamento que tem com Deus, o qual sabe de todas as coisas ([...] tu me sondaste e me conheces), inclusive de pormenores de sua vida, passa a falar que o conhecimento de Deus é sem limites e perfeito. Além disso, Deus não sabe apenas alguns detalhes da vida do salmista, pelo contrário, Ele sabe de todas as coisas, como também conhece os propósitos e intenções dos corações dos homens, então, o salmista deixa claro que o conhecimento de Deus está acima da capacidade humana (2Rs 19.27; Mt 9.4; Jo 2.25).
Em Gênesis 16.13 (ARA) é dito: “Tu és Deus que vê”, assim, Ele conhece todos os nossos pensamentos e intenções do coração, o melhor é viver segundo o seu querer para não sermos condenados (Lc 16.15). O cristão que toma conhecimento da onisciência de Deus desenvolve um relacionamento com Ele em toda santidade e verdade em tudo, pois sabe que sempre está debaixo do seu olhar, de modo que para Deus não vale a hipocrisia; afinal, um dia iremos prestar contas de tudo perante Ele (Hb 4.13).
O Deus que recompensa – Vimos que Deus é onisciente, tudo sabe e tudo vê, nada limita sua visão, de maneira que se alguém der uma esmola a uma pessoa em uma estrada isolada, Ele vê, caso dê em uma estrada bem movimentada de pessoas, Ele vê, se for para uma pessoa desconhecida, Ele vê. Tudo isso nos ensina que ainda que aos olhos humanos qualquer bondade feita a alguém não seja vista por outros, o Pai que está no céu contempla toda a piedade.
Aquele que exerce a justiça própria perante os homens, desenvolvendo o papel de um ator serão louvados com os aplausos humanos, mas aquele que ajuda o seu próximo com sinceridade, amor e verdade será galardoado com amor pelo bondoso Deus, como bem diz o escritor aos Hebreus: “Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos” (Hb 6.10, ARA).
Podemos dizer que a recompensa ou galardão é algo totalmente espiritual, aquele que vive de acordo com a vontade de Deus, agradando-o em tudo, recebe a vida espiritual (Sl 1.1-3), sendo como árvore junto de águas, ele dará frutos na estação própria, tudo isso aponta para uma qualidade de vida saudável no aspecto espiritual, essa realidade tem início nesta vida e se concretizará no futuro (1Jo 3.2). Jesus tinha consciência de um galardão, por isso suportou a cruz (Hb 12.2). Moisés deixou toda a glória do Egito e preferiu sofrer com o povo de Deus no deserto porque tinha consciência de algo melhor (Hb 11.26). Jesus ensinou aos seus seguidores que aqueles que são limpos de mãos e puros de coração verão a Deus (Mt 5.8), diante de tudo isso a certeza da recompensa é certa. (GOMES, Osiel. Os valores do reino de Deus: a relevância do Sermão do Monte para a Igreja de Cristo. Rio de Janeiro: CPAD, 2022. p. 89-97.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário